quinta-feira, 26 de maio de 2011

Imaginação...



As nuvens formam desenhos no céu.
De vento em vento, um barco a vela,
Um canário de pena amarela,
Um peixe nadando no mar do céu azul anil.

Um gato, bem manso, vem comer o canário...
Ih! O gato fugiu!
Abriram-se as portas do canil...

Os desenhos das nuvens se unem
E uma gota de água cai no nariz de um menino.
Chuva? Não, não, é São Pedro
Que está regando o girassol no céu!

sábado, 21 de maio de 2011

Nas trevas (uma noite de outono)





Sutil, gélida esperança efêmera
Sangue, corpos vazios, vontades sutis
Sonhos, desejos, gestos infantis
Volúpias, sentimentos de quimera...

Raios de lua dentre fios negros
Ventos errôneos de medo
Chamas que se encerram em devaneios,
Dor que se aglutina por inteiro

Agonia é dor pragmática
Sonho é desfalecimento do amanhã
Na incerteza de uma vida estática
E na clareza de uma mente “sã”

Loucura é dádiva do ser
Vozes são árvores aveludadas
Que falam tudo, mas não creem em nada,
Por não ter a certeza do que crer...

Loucura é morte do querer
Palavra é devaneio do nada;
São verbos sussurrados pelo vento
Que encantam poetas, de tempo em tempo...

Apenas violetas sem vida,
Somente árvores sem frutos
Memórias de uma vida falida
(tudo se resume em medo)


Marcos Água
João Henrique Bonini

Amor Amargo





No âmago do amor eu vivo e sinto
Meu coração pulsar a todo instante
Batidas sem compasso e, inconstante,
Atravessa-me o peito o puro instinto.

No seio desse amor eu me iludo,
Regozijo-me e me refaço (derradeiro)
Minha voz se reprime – fico mudo,
Meu corpo se estremece por inteiro...

Na face desse amor, eu me entrego
E vivo com a clareza da razão
De que essa linda história de paixão
Faz-me lembrar de ti e esquecer meu ego.

As três rainhas





Ó lua, instigante sonhadora
Quero lhe ter comigo, ó donzela
Pois crescente é meu amor, Deusa bela,
E a sua luz minha fonte inspiradora.

Se cheio está seu ventre, Mãe amada,
O fruto do Amor, divino rebento,
Espera com fervor a hora chegada
De o Seu Amor nascer – contentamento.

O tempo passa, e o ciclo se completa:
A Mãe, antes donzela, é anciã
E o seu desejo, seu maior afã
É ver a sua face nova em luz repleta.

Pois nasce, do divino, o mistério:
A Nova Deusa em berço estrelado
E o Seu Consorte, o Seu Deus Amado
Aguarda-a, para o divino matrimônio.